sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"E agora...

que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando te encontrar, buscando em outros braços seus abraços, perdida no vazio de outros passos e do abismo em que você se retirou e me atirou e me deixou aqui sozinha. Você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando me encontrar".

domingo, 12 de outubro de 2008

Temporalidade

Sabe aqueles momentos na qual ficam por alguns minutos e parecem ter durado a vida toda? Pois bem, minha vida é cheia deles. O incrível é que parece que eu mesma os crio. Masoquismo segundo Silveira Bueno significa "desvio mental que consiste em sentir prazer com a dor", mas não é prazer, é uma necessidade de sofrer por algo que não exista, necessidade por ter aqueles momentos melancólicos fumando um Marlboro. É inexplicável como me sinto assim, talvez Freud pudesse dar algum diagnóstico. Cá estou, sentada em um quarto criando tal melancolia. Mas amanhã isso parecerá nem ter ao menos existido, afinal, zumbis sempre ressucitam e um novo dia sempre surge. Ainda me pergunto, quem irá transformar este meu coração estúpido, na qual cria tais sombras à noite com um fim tão amargo. Tanto faz, mesmo na luz há sombras, então, talvez eu me acostume a viver com elas impregnadas em minha alma, ou como você queira chamar. O tempo sempre trás o necessário para desvanecer essas núvens, núvens e núvens, trazendo então, o sol.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Insensível sensível

Ao acordar o sono ainda permanecia nas pálpebras, o corpo vagaroso recupera-se após uma corrente de água gélida a escorrer o corpo ainda quente devido as cobertas que lhe aqueciam. Tudo na mais diária rotina, até chegar à sala de aula. A tristeza consome o corpo, sem explicações, e aí volta os tais pensamentos, os tais arrependimentos, se pudesse voltar ao tempo... Nem a insensibilidade resiste à mais profunda vontade de desabar, as lágrimas correm copiosamente ao rosto alvo. Os olhos verdes, agora lacrimosos, procuram onde se esconder, ou achar alguém para atrair a atenção, alguém para dividir tal angústia. Por sorte amigos encontro na sala, e são aqueles que mesmo não compreendendo a gravidade da situação, procuram nos apoiar, incondicional a qualquer coisa. E estes que enxugam tais lágrimas, são aqueles na qual fazem surgir um sorriso, dissipando por algum instante a tribulação existente. Ao voltar para o lar doce lar, descobre-se a passagem para o inferno. Insultos, são apenas palavras, mas que trazem tanto rancor. Gostaria de saber quem as criou, porque há dois lados nisso: o alívio e a dor. O incrível é que ao passar das horas, quem age parece ter esquecido do que ultrajou, e a ter esquecido da palavra em que me educou a falar: desculpe, eu errei. Preciso de um cigarro agora ouvindo Portishead, talvez assim adormeça e passe a viver, mesmo que por um breve momento, a vida do subconsciente. Provavelmente ela será melhor que a real. Saudades agora de quem já foi... Pai, gostaria que você estivesse aqui agora. Lágrimas sensíveis percorrem o rosto da inexorável, novamente.