A música fala de Geni, uma mulher na qual dá seu corpo aos pobres, aos velhos, aos deficientes, aos orfãos, às viúvas, a todas as pessoas em que a sociedade condena. Todos a julgam como depravante, todos querem sua desgraça pelo fato dela se entregar às pessoas em que todos excluem. Mas então, chega alguém superior a todos, na qual promete destruir tudo e a todos até conhecer Geni. Um homem poderoso, rico que Geni recusou, preferindo animais a ele. É então que as pessoas começam a beijar os pés de Geni, e a pobre Geni com seu coração bom acreditou em tanta sinceridade e sentimentos que resolveu se entregar ao forasteiro poderoso. Ela salvou a todos, até se sentiu bem por ter ajudado as pessoas na qual demonstraram tanto afeto por ela e é então que todos começam a julgá-la novamente:
"Joga pedra na Geni
Joga bosta na GeniEla é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni"
O que mais me intriga, foi o fato de com seis anos eu ter conseguido sentir o que essa música transmite, que é justamente sobre tanta falsidade encobrindo tantos rostos que só descobrimos no momento em que deixamos de servir para alguma coisa. Um bom exemplo em que consigo aplicar a letra é sobre nossa política, na qual os pobres só são lembrados na época da eleição, onde os candidatos muito bem intencionados mostram tamanha pobreza de nosso país, prometem inúmeras coisas, conquistam a esperança dessas pessoas desafortunadas e quando consegue o que quer, os apedrejados são os pobres, que continuam com tamanha miséria. É uma vergonha que Chico Buarque transformou em arte.