terça-feira, 18 de maio de 2010

Amor denotativo, ódio conotativo

Raiva é passageira, o ódio, não da forma intensa e denotativa, mas da forma emocional, é alimentado e enterrado vivo de alguma forma. Quando desenterrado, vem de forma tão intensa, que o amor que criei por toda minha vida morre, sendo substituído por algo tão forte e tão infeliz, que é o que eu sinto nesse momento. Sempre fui fácil de perdoar, difícil de esquecer, e mesmo esquecendo momentâneamente, fica ali, vivo, em torpor, esquecido. Só precisa de uma linha de vida, pra tudo voltar, tudo que aconteceu em dezoito anos, todas as coisas ruins apagam as coisas boas, e mesmo que eu tente relembrar, uma muralha impede todas as flechas boas, que são queimadas instantâneamente. Às vezes me pergunto se todos passam por problemas, às vezes acho que eu fui amaldiçoada por ter alguém que tenha o dom de me magoar, e logo esse alguém que deveria ser meu equilíbrio e sanidade de alguma forma. E depois de todo furacão, os destroços aparecem, e me lembro que antes de tudo, mãe é algo insubstituível, mas mesmo assim, desejo profundamente que um espaço seja criado, porque todo esse desgaste me destrói, me desmorona.
Fui calejada a me refazer, e assim farei.