segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Satisfeita

Mesmo perante tanta embriaguez,
Cá estava meu coração
Com uma estúpida sobriedade
Em acreditar naquelas verdades
Que um dia demonstrastes
Com olhares inexpressivos e doces palavras
Os quais acreditei ser muito para atingir
Tamanha vaidade
Quando não mais sorriu para mim.

Mas não me caleja
Ergo a cabeça
E teimo em acreditar
Em todas as verdades
Que me deixam
Com tão pouco
Satisfeita.

02/12/13, às 17:15.



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Onde jaz, meu coração?

Ousei abrir,
Aquela velha pasta fichário,
Para relembrar ou até descobrir
E entre tantas memórias,
Bilhetes, guardanapos apaixonados.
Fotos 3x4 e porta-copos datados,
Encontrei tantas cartas de amor,
Ridículas, como assim julga Bethânia,
Inclusive as suas, as quais estava destinada a abdicar,
Queimar, ou simplesmente esquecer.
Mas de tantos sentimentos que esperava ter,
Apenas consegui sorrir,
Ao perceber o bem que me tiveste feito,
Mesmo ao tirá-lo de mim.
Li-os, guardei-os
E percebi que a arte de perder, como geniosamente define Bishop
Não é uma arte difícil de dominar,
Por mais desastrosa que aparente.
Meu coração jaz tranquilo,
Em paz,
No bem que me fez ao te perder,
E perceber que o sol e a lua continuaram lindos todos os dias
Mesmo sem você.


20/11/2013, às 17:02.

Porque não?

E o mistério me congelou,
não sei se foram seus olhos,
ou sua boca
que me chamava e inebriava com seu misterioso sorriso.
Para mim?
Porque não?

E, assim, num breve momento, me vi com um único impulso. 
Nos senti em um único impulso.
Remeteu-me então à uma dúvida:
"porque eu?"
Porque não?

Em vinte e quatro voltas no ponteiro,
aqui estava,
sentada, sorrindo, sozinha,
encantada,
pensando, com minha loucura,
como o mundo pode dar 360º,
em um único momento...
seria este
um único momento
ou um momento único?
Porque não?

Agora vivo nesse mistério,
não mais dos seus olhos, ou sorriso,
ou sequer do calor de seu corpo,
mas de suas mãos,
as quais escondes toda vez que pergunto
porque não?

Para L.


12/11/13 - 21:36.