quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jornada do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente)

Você tem que acordar cedo, bem cedo, antes do sol nascer. Então se arruma, espera um ônibus por qualquer tempo, não estimado. Finalmente, o ônibus passa. Ali mesmo, você adquire a viagem com espetáculo do sol nascer pelo preço de R$2,30. Por sorte, não tem trânsito, afinal, não são tantas pessoas que acordam cedo assim. Chegando lá você vê que tem gente que acorda cedo sim, já tem uma fila de trinta ou quarenta pessoas, mas por sorte, você será atendido. Chega um rapaz muito ajeitadinho, usa até gravata e recita várias instruções. Ele não fez um ensino superior, mas pelo menos trabalha direitinho, é um cara responsável, assim como boa maioria ali presente na fila, que a essa hora deve estar entre sessenta pessoas. Então ele te orienta e te dá um papelzinho. Você acorda cedo pra conseguir um papelzinho, uma espécie de bingo pra ter direito a um serviço público. Ótimo, já são seis da manhã é só esperar o número presente no papelzinho ser sorteado. Mas, o que acontece? Outro rapaz ajeitadinho só atenderá a partir das 7:40, então eles são legais e ligam a TV de plasma muito sofisticada e te apresentam um vídeo super interativo com várias informações sobre o que o SAC pode fazer para sua vida ficar mais fácil e mais confortável. Recapitulando, tudo isso para tirar uma carteira de trabalho, afinal, você só será alguém na vida ou alguém que queira ser algo caso possua a bendita carteira azul. Pois bem, você espera, aprende tudo o que o sac tem para te informar (que não é pouca coisa) e acaba decorando, porque deve ter repetido tantas vezes que com aquele calor você só tinha duas coisas a fazer: abanar seu rosto com os documentos necessários e continuar assistindo naquela belíssima televisão de plasma. Finalmente, às 7:40 eles começam a atender, chama um, dois, três, todos os números dos papéizinhos e tcharam: seu número foi sorteado. Lá tem uma moça muito gentil e simpática que te atende, coisa de cinco minutos. Então você faz a jornada pra conseguir cinco minutos da atenção da querida atendente do sac, que amávelmente lhe entrega outro papel e pede para você voltar novamente depois de um mês, afinal, a jornada continua.

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